22.12.13

.:: Querer ::.



Eu te queria no ontem
Presa na lembrança do antigo horizonte que juntos traçávamos.
Eu te queria no ontem
Onde meu conforto bastava em presa estar no teu alento
E a novidade residia em saltar de tempo em tempo
Direto aos teus braços abertos a me esperar.
Eu te queria no ontem
Preso no esquecimento do meu enredado de memórias tristes e risonhas
Que abafavam os sussurros outrora pronunciados por tua boca:
“És minha, minha, minha.”
Eu te queria no ontem.
Livre para voltar ligeiro ao meu encontro.
E se fosse ontem,
Eu te quereria no hoje,
Eu te quereria no amanhã.
Eu te quereria igualmente diferente
Traçado como um sonho perfeito
Que acorda na madrugada o sonhador
Pra fazê-lo saborear muito mais o sonho que o acordar.
E o ontem fosse amanhã,
Eu te quereria também no hoje
Levado por brisa leve e não vendaval.
Sendo hoje o que é,
Eu te quereria no ontem,
Se forte fosse e te deixasse ficar adormecido
Leve e fluido no baú das lembranças passadas e bem vividas,
Juntamente com as promessas furtivas
Que meus lábios não ousaram pronunciar.

20.3.13

.:: JORNADA ::.


Eu vaguei por tantos túneis,
Tantos planetas e sombrios pântanos.
Todas as esferas vieram e se foram como toque de mágica.
Passei por estradas estreitas, trilhas pedregosas,
fontes que pararam de jorrar.
Avistei teias que prendiam sonhos, semeavam medo
e lustravam mentiras para o vento levar.
E foi assim, neste meio, que vi estrelas ao longe.
Contemplei o universo radiante se abrindo um só instante,
Pronto pra me encontrar.
Desse modo foi quase simples compreender tudo ruir e depois recomeçar.
Foi fantástico ver pouco a pouco,
todas as coisas se reencontrando, voltando a seu lugar.
E sem temor, ouvir, quase sutil, o salto silencioso ao abismo das novidades...
E agora sem nome, sem corpo, só alma,
Somente o segundo que acalma,
Pairar na imensidão do ser, cedendo ao tempo, ocasião de se lançar.

16.3.13

.:: Reza ::.


Era dia e noite quando os olhos cerravam
E os sons abafavam pro infinito falar.

Era vazio totalmente cheio
De meios e entremeios para vontade de estar não duvidar.

Era trato,
Como artefato de decoro
Que feito ouro, passava cada segundo a brilhar.

Era reza,
Uma quebra no estado tênue da alma
Que agora serena, deslizava solta no ar.

7.1.13

.:: Rascunho e Poesia ::.

Todo rascunho é poesia guardada
E toda emoção calada é reticência e não ponto final!